A Governança Transnacional como Ressignificação do Poder e da Democracia
DOI:
https://doi.org/10.53323/resenhaeleitoral.v24i2.21Palavras-chave:
Transnacionalidade, Direito transnacional, Estado. Poder, Democracia, Governança transnacionalResumo
O presente artigo científico busca apresentar a governança transnacional como instrumento de resolução de demandas trans- nacionais. Diante das novas interações e dos novos espaços transnacionais, as relações do poder e da democracia precisam ser repensadas, ressignificadas. O aumento de circulação de bens e pessoas e o intenso movimento migratório, facilitado pela modernização dos meios de transportes, que caracterizam o fenômeno da transnacionalidade, têm retirado dos Estados tradicionais o protagonismo em relação à defesa dos direitos dos envolvidos. Muito se tem de- batido quanto às soluções por meio do Direito Internacional do transjudicialismo ou do trans- constitucionalismo. Mas, diante das frustrantes tentativas de se firmar um regulamento, e de se estabelecer uma ordem que assegure direitos fundamentais das pessoas, há a possibilidade de se repensar em nível global o Direito e as novas relações de poder. A governança surge como meio capaz de produzir resultados eficazes, sem necessariamente a utilização expressa da coerção. Pelo contrário, ela oportuniza a participação de todos os envolvidos. A governança, apesar da condição relativizada do Estado, não o excluí, e sim, acaba por envolvê-lo juntamente com instituições do setor privado, dando, portanto, nova roupagem aos conceitos de democracia e poder. O artigo tem como objetivo geral o estudo da governança transnacional como sistema político global, capaz de conduzir os fenômenos que ultrapassaram as fronteiras territoriais de um Estado tradicional.
Referências
BECK, Ulrich. O que é Globalização? Equívocos do Globalismo. Respostas à Globalização. Tradução de André Carone. São Paulo: Paz e Terra, 1999. Título original: Was ist globalisierung? Irrtümer des globalismus: antworten auf globalisierung. p. 49.
BELINKY, Aron. Éramos caubóis somos astronautas. Revista VEJA. p. 30.
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Uma defesa das regras do jogo. Tradução: Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. Título original: It futuro della democrazia. p. 24.
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. Tradução de Marco Aurélio Nogueira. 14 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. Título original: Stato, Governo, Società: per uma teoria generale della politica. p. 76 e 77.
BODNAR, Zenildo; CELANTE, João Henrique Pickcius; MARCOS, Rudson. O Judiciário como instância de governança e sustentabilidade: descobertas, dúvidas e discordâncias. Florianópolis: Editora EMais, 2018. p. 201.
CRUZ, Paulo Márcio. Política, Poder, Ideologia & Estado Contemporâneo. 3 ed. Curitiba: Juruá, 2002. p. 15 e seg.
CRUZ, Paulo Márcio; BODNAR, Zenildo. A Transnacionalidade e a emergência do Estado e do direito transnacionais. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas. Pouso Alegre, v. 26, n.1. p. 159-176, jan.- jun. 2010.
CRUZ, Paulo Márcio; BODNAR, Zenildo. Globalização, transnacionalidade e sustentabilidade [recurso eletrônico]. Dados eletrônicos. - Itajaí: UNIVALI, 2012. p. 47 e seg.
CRUZ, Paulo Márcio; STELZER, Joana (Orgs.). Direito e Transnacionalidade. 1 ed. Curitiba: Juruá, 2011. p. 15 e seg.
CRUZ, Paulo Márcio; PIFFER, Carla. Migrações Transnacionais, p. 126. In: OLIVEIRA NETO, Francisco José Rodrigues de; ABREU, Pedro Manoel; ZANON JUNIOR, Orlando Luiz (Orgs.). Direito, Democracia e Constitucionalismo.
DAHL, Robert A. Sobre a democracia. Tradução de Beatriz Sidou. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. Título original: On democracy. p. 66 e seg.
GONÇALVES, Alcino. O conceito de governança. In: CONGRESSO NACIONAL CONPEDI, 14, 2005, Fortaleza. p. 6 e 7.
GONÇALVES, Alonso; COSTA, José Augusto Fontoura. Governança global e regimes internacionais. São Paulo: Almedina, 2011. p. 21e seg.
HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. Título Original: Faktizität und Geltung: Beiträge zur Diskurstheorie des Rechits und des demokratische Rechitstaats. p. 10 e 11.
JESSUP, Philip C. Direito Transnacional. Tradução de Carlos Ramires Pinheiro da Silva. Fundo de Cultura: São Paulo, 1965. Título original: Transnational law. p. 62.
LEFF, Henrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p.127 e 431.
LEITE, Eduardo de Oliveira. A monografia jurídica. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 22-26.
LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. Tradução de Anoir Aiex, São Paulo: Nova Cultural, 1999. Título original: An essay concerning human understanding. p. 10.
MARTÍN MATEO, Ramón. La revolución ambiental pendiente. In: PIÑAR MAÑAS, José Luis. Desarrollo Sostenible y protección del medio ambiente. Madrid: Civitas, 2002. p. 57.
PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 14 ed. rev., atual. e ampl. Florianópolis: Empório Modara, 2018. p. 41 e seg.
RIBEIRO, Gustavo Lins. A condição da transnacionalidade. Brasília: Universidade de Brasília, 1997. p. 04.
ROSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Tradução de Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Matin Claret, 2003. Título Original: Du contrat social: príncipes du droit politique. p. 10.
STAFFEN, Márcio Ricardo. Interfaces do Direito Global. 2 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018. p. 10 e seg.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O(s) autor declara(m) que o trabalho é original e inédito, não tendo sido submetido à publicação em qualquer meio de divulgação, especialmente em outro periódico, nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra;
Caso aprovada e selecionada, fica autorizada a publicação da produção na Revista Resenha Eleitoral, a qual não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
A publicação do artigo implica transferência gratuita dos direitos autorais à Revista, nas versões eletrônica e impressa, conforme permissivo constante do artigo 49 da Lei de Proteção de Direitos Autorais (Lei 9.610, de 19/02/98), e que a não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas no mesmo diploma legal;
Todos os artigos publicados são licenciados sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.